Serra Dourada chega aos 40 anos de idade
O primeiro jogo do Serra Dourada foi entre uma Seleção Goiana da época e a Seleção de Portugal, que terminou com a vitória dos goianos por 2 a 1, de virada. Contudo, coube ao português Octávio marcar o primeiro gol no novo estádio. A reviravolta goiana começou com um gol do atacante Lincoln e culminou com outro do meia Tuíra, decretando a vitória da Seleção Goiana.
CONSTRUÇÃO
Idealizado exatamente para permitir o crescimento do futebol goiano e projetar o Estado, o Serra Dourada começou a ser imaginado a partir da constatação da precariedade do antigo Estádio Olímpico Pedro Ludovico Teixeira que não permitia a realização de jogos importantes, pois não tinha capacidade para abrigar um grande público.
A existência de um estádio seria condição indispensável na presença do Estado de Goiás no panorama Nacional. Leonino Caiado, à época governador do Estado de Goiás, determinou ao engenheiro Lamartine Reginaldo da Silva Júnior, então diretor-geral da Fundação Estadual de Esportes (FEE), órgão então que cuidava do esporte, que iniciasse ao processo de construção da nova praça.
E a edificação do Serra Dourada começou no dia 31 de março de 1973. Em 9 de março de 1975, menos de dois anos após - exatamente um ano, onze meses e nove dias depois -, o estádio estava pronto.
INOVAÇÃO
O projeto arquitetônico do Serra Dourada, inovador para a época, é de autoria do arquiteto e urbanista capixaba Paulo Mendes da Rocha, que em 2006 foi condecorado com o Prêmio Pritzker, o mais importante da arquitetura mundial.
Entre as inovações apresentadas por Mendes da Rocha, estão os vãos nas arquibancadas localizados atrás dos dois gols que, entre outras coisas, permite a refrigeração natural do espaço interno, amenizando o forte calor da região. Além disso, o Serra Dourada foi o primeiro estádio a contar com jardins em seu interior, contrastando com o concreto.
O engenheiro Lamartine Reginaldo e os arquitetos Armando Scartezini, Ariel Costa Campos e Silas Varizo foram os responsáveis pela obra, realizada totalmente na gestão do governador Leonino Caiado.
CURIOSIDADES
A capacidade original era de 75 mil pessoas oficialmente, mas, na prática, estaria em torno de 80 mil espectadores, já que seus dois maiores públicos se aproximam desta marca. O recorde de presença foi estabelecido no jogo inaugural, com 79 mil 610 presentes.
No decorrer dos anos, porém, a capacidade diminuiu, atendendo às determinações legais, tanto dispostas em Lei, para atender à segurança da população, quanto da Federação Internacional de Futebol – FIFA. Atualmente a capacidade do estádio é para 42 mil e 49 lugares.
Nestas quatro décadas de existência, o Serra Dourada sediou inúmeros eventos de grande magnitude, seja no campo esportivo, seja no de grandes espetáculos. Entre os primeiros, acolheu finais de competições como Copa do Brasil e Copa Sul-Americana, jogos da Taça Libertadores e sede da Copa América de 1989, além de partidas memoráveis. No quesito de outros espetáculos, foi palco de grandes shows, dentre eles o do ex-beatle Paul McCartney, em 2013.
CRAQUES
Mas é no universo do futebol que o Serra Dourada pode se orgulhar de ter sido local de exibição para verdadeiros “monstros sagrados”. O chamado Gigante do Cerrado viu desfilar em seu sempre elogiado gramado craques como Pelé, Maradona, Zico. Francescoli, Sócrates, Caniggia, Rivelino, Neymar, Robben e Van Persie, para ficar em apenas alguns nomes.
Isto além do tantos ídolos de clubes goianos, onde se destacam legendas como Lincoln, Guilherme, Tuíra, Luvanor, Baltazar, Cacau, Túlio, Fernandão, entre tantos outros que alegraram a torcida local e construíram a história recente do futebol no Estado.
O maior artilheiro do Serra Dourada é Túlio Maravilha, com 131 gols. A seleção brasileira já disputou 14 partidas no estádio e jamais foi derrotada - 12 vitórias e dois empates. A dimensão do gramado, que já foi de 118 x 80 metros, hoje é de 110 x 75, mas ainda o maior do país, junto com o do Parque do Sabiá, em Uberlândia (MG).
Estádio Serra Dourada - FGF
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